SE ME PERMITIR, AINDA QUE PEQUENA AOS OLHOS TEUS, SEREI A...
Haverá um tempo em que
a minha voz, para ti, não saberá mais cantar...
O meu sorriso constante deixará de brilhar...
e, mesmo que eu não te encontre
além do horizonte, ou além mar,
a luz, que um dia vi nos olhos teus,
poderá deixar de ser para mim um farol.
Entretanto, serás sempre um lindo despertar...
o meu eterno raio de sol.
Decerto, não serei a
tua princesa, como nos contos de fadas
que ouvimos contar,
mas, talvez, teria sido a sereia
que o fizeste alguma vez acreditar e... sonhar.
Tu, também não fostes nenhum príncipe
precisando ser salvo das ondas do mar...
Nem ao menos sei se sabes
algum instrumento tocar!
Ainda, assim, bem sabes
a importância do tempo
e o valor do vento
no mapa da vida que,
entre idas e vindas, aprendemos a levar...
Serena, tanto quanto pequena
aos olhos teus, prossigo
acariciando versos
nas gotas das palavras que
me fazem viajar...
Mesmo que distante, mergulhada
nesse universo pleno, como orvalho da manhã,
por vezes, aqueço-me, pousando
num improvável espaço onde
ponho-me a remar...
Em meio a tantas estrelas ao lado teu,
quem sou eu para brilhar?
Contento-me na impossibilidade
de um oceano que tu me fizeste perceber e...
se me permitir, serei a tua lembrança
que um dia quis cantar para ti...
Ou a suave centelha, que sorridente,
se desfez ao luar, de sereia a espuma do mar...
Talvez, haja um momento para flutuar nas asas do teu sonhar...
Mas, afinal, quem sou eu para
tentar se aproximar de quem és tu?...
AROMA DE ORVALHO
Imagem:
http://davidgerardo.files.wordpress.com/2011/05/sirena.jpg